sexta-feira, 30 de maio de 2014

a cidade que me adoptou


Lisboa está no seu melhor ao sol e à tarde. Nessas longas tardes em que tudo é branco e o sol parece que sobra e pinga das fachadas, vindo a derramar-se, lânguido, nas pedras da calçada é que Lisboa é mais Lisboa. Cidade que é capital e fala inglês, francês, alemão, espanhol, chinês. Cidade que traz uma máquina fotográfica na mão enquanto passeia pela Rua Augusta e cujo coração salta ali uma batida quando, no cruzamento, se depara com o elevador de Santa Justa. Depois há o azul desse imenso espelho de água, rio que é mar, que é Tejo e que viaja permanentemente nos olhos dos lisboetas, dos genuínos e dos emprestados, como eu. Cidade que tudo tinha para ser alegre, tem por vocação uma melancolia que, ali nos becos e nas escadinhas de Alfama, chega a ser audível. É quase demasiado bonita no seu esplendor de mangerico.

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